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Foto: Tunin. |
A praça está vazia,
O silêncio mora ali.
Nem o gavião pia,
Eu observo daqui.
Tudo, tudo calado,
Cidade fantasma parece.
Até o bêbado, coitado!
Sob o relento perece.
Falta a voz do camelô
Que grita sem parar.
Vestido de pierrô,
Para a atenção chamar.
Não está a linda vendedora,
Que passa apressadamente,
Bela e arrasadora,
Meiga e sorridente.
Não funciona a barraca
De guloseima sortida,
Nem o velho matraca,
Que leva vida sofrida.
Anda-se livremente,
Apreciando, com graça,
O que fica ocultamente,
No agito da praça.
É domingo, graças a Deus!
Por isso a tranquilidade.
Amanhã tem os teus e os meus,
E tudo volta à normalidade.