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Encostada num poste de uma praça movimentada da cidade, uma senhora aparentando seus setenta e poucos anos, mendigava o pão de cada dia estendendo sua mão para cada transeunte, suplicando algo que matasse sua fome. Era um rosto sofrido, cheio de rugas que o tempo se incumbiu de marcar exageradamente. Traços tristes eram, visivelmente, escritos em sua face.
Esta cena é cotidianamente vista, todos os dias, nos mais diferentes recantos deste nosso Brasil, com um agravante por tratar-se de pessoa idosa sem amparo emocional ou material.
As pessoas iam e viam e ignoravam aquele ser humano que impotente vivia à míngua, com ferimentos notados a olho nu. Todos, todos, em seus mundos particulares, passavam de largo. Ela, com o seu semblante triste, encolhia a mão cabisbaixa (percebia-se que sentia-se envergonhada). Pensei: por que tanto desprezo por nosso semelhante? Por que a deixaram ao relento? Onde está a lei que protege o idoso? A resposta, todavia, era vazia.
Ninguém moveu uma palha para, pelo menos, sorrir para aquela mulher. Todos a viam como um troço jogado no lixo, algo imprestável, que nada acrescentaria à sociedade. Que mundo cruel?!
O que vem a ser a indiferença? Sentimento tão marcante na sociedade pós-moderna! Imediatamente, vem ao nosso pensamento: insensibilidade!
Para o homem pós-moderno o que vale é o ter. Este sobrepuja o ser, ou seja: faltam-lhe o olhar de misericórdia, o sentir, o compartilhar, o ajudar, o acudir. Para ele, se tudo está bem em sua vida, não importa quem grita por socorro. Ele só tem olhos para a pressa do dia a dia, o seu viver individualmente.
Um grito surdo ecoa a todo o momento, em cada esquina, em cada praça e só chega aos ouvidos do egoísmo, da insensibilidade.
Pensemos melhor a vida e olhemos, com mais amor para quem está gritando ao nosso redor!
(Enviado para participar do tema de dezembro/2011 do blog Fábrica de letras e palavras)
17 comentários:
Maravilhosa e com palavras recheadas de verdade , tua participação,Tunin. Parabéns! abração,lindo fds!chica
Sempre me emociono com teus escritos- há uma verdade tão transparente carregada da sensibilidade poética...
(Agora a professora fica aqui... sonhando com umas férias... Rsrs).
Um beijo.
Tunin,que grande texto,meu amigo!Fiz uma poesia sobre esse tema,mas achei dificil a abordagem!Vc disse tudo com sabedoria e sensibilidade!Parabéns pela participação!bjs,
OI Tunin um texto que traz com verdade uma realidade de todo o Brasil amigo.
Triste mesmo e um belo apelo...nesses tempos do advento, natal... o homem deveria ter capacidade de mudar para melhor o seu pensamento e suas ações em relação ao amor ao próximo e levar isso para o resto da vida.
Beijos
Excelente muito bom mesmo, nossa é bem assim meu amigo, as pessoas pensam em reivindicar, em reclamar do governo, mas nada fazem ao mundo que têm a sua volta, são tão hipócritas, tem uma canção que diz: COMO POSSO SER FELIZ, se o meu amor eu neguei, meu coração eu fechei. É bem assim, como podemos viver em paz, se do meu lado alguém passa fome, como? Beijos Luconi
Oi amado irmão, é verdade essa realidade é como o irmão mesmo disse,
Para o homem pós-moderno o que vale é o ter. Este sobrepuja o ser, ou seja: faltam-lhe o olhar de misericórdia, o sentir, o compartilhar, o ajudar, o acudir. Para ele, se tudo está bem em sua vida, não importa quem grita por socorro. Ele só tem olhos para a pressa do dia a dia, o seu viver individualmente.
Que a misericórdia do Senhor possa entrar nessas vidas e transformar os corações, a traveis da Palavra de Deus.
Abraço forte.
A indiferença,
A desigualdade estampa
até aqui em Sampa
Ninguém me vê
Sou poeta?
Tunin
Oportuna a sua postagem para a proximidade do Natal. Lá na minha postagem foi essa idéia que minimizei do que você disse lindamente no seu texto.
Outro dia passava pela R.Vergueiro e vi uma cena triste e comovente.
Na calçada um mendigo dormia com a cabeça recostada no corpo do cachorro.Este olhava como que dizendo: - Ei,nós aqui.
Bom domingo
Um abraço
Tudo que escreveste tens toda razão !
Turrinhas e beijinhos da minha mami
Kika
Tunin
Um belo texto!
Um grito de alerta, de desespero, de impotência, de revolta...
Entende-se muito bem o que as palavras querem dizer. Contudo, nota-se a indiferença por elemento reinante nas Sociedades de hoje.
Parabéns
Abraços
SOL
http://acordarsonhando.blogspot.com/
Tunin,passando para reler seu texto e desejar um bom domingo!Bjs,
Pois é...O ser humano está fechando as portas do seu coração para Deus.
Falta de Deus,é isto que acontece.
Quem O tem em si jamais é indiferente ao outro.
Deus te abençoe pelas palavras de ânimo e preces. Mita paz na tua vida.
abraços.
São as políticas sociais dos governos que falham e a indiferença do ser humano que passa ao lado do próximo com a maior das naturalidades...
Principalmente nas grandes cidades, nos acostumamos com essas cenas. Muito triste a falta de solidariedade, amigo!
Beijos meus!
Belo sentimento do gritante caos social deste país amigo.Seres humanos vistos como lixo,assim é a vida destes seres jogados nas cidades sem identidade e fraternidade.
Meu abraço.
Chica, infelizmente é uma cena cada vez mais presente no nosso dia-a-dia, independentemente do lugar em que moremos.
Esperemos por melhores dias ;)
Olá,
" Das alturas orvalhem os céus,
E as nuvens que chovam justiça,
Que a terra se abra ao amor
E germine o Deus Salvador"...
Hoje estive em Niterói, cidade grande e vi tanta gente indiferente aos menos favorecidos... parece que estamos na contra mão... Incrível!!!
Fico tão sem palavra para agradecer o carinho imensurável com que me cumula ao longo do ano que só posso lhe dizer que:
Seja muito abençoado e feliz, amigo!!!
Abraços fraternos de paz e FELIZ NATAL... apesar de qualquer vestígio de dor em seu coração...
"Quando eu estiver contigo no fim do dia, poderás ver as minhas cicatrizes,
e então saberás que eu me feri e também me curei."
(Tagore)
Uma triste realidade, mas que se quisermos podemos ter uma palavra a dizer.
Aproveito para desejar um Feliz e Santo Natal
http://utopiarealista.blogspot.com/2011/12/feliz-natal.html
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