No caminho da rua,
Andando vou com atenção,
Ouço vozes que vêm da lua,
Eram damas em conversação.
Nesta rua estreita,
Duas vizinhas, no alto de suas janelas,
Conversavam satisfeitas,
Sem nenhuma cautela.
Quem passava na viela,
Podia ouvir a falação,
Comentavam até da panela,
Que queimava no fogão.
Vizinha, nunca mais lhe vi!
Um whatsApp vou passar,
Pois a gente mora juntinho aqui,
E uma parede parece atrapalhar.
Você soube da Eliane?
Ela acabou de viajar,
Achou um namorado na Alemanha,
E foi a ele se encontrar.
Pensa em por lá ficar,
O tempo que o amor durar,
E se a coisa perdurar,
Um filho ali nascerá.
Quão disposta ela está,
Não é vizinha Guiomar?!
Desejo a festa feliz acabar,
E o amor nela se consumar.
E elas ficaram tricotando,
E a caravana passando ia,
As duas línguas mexericando,
Absortas na porfia.
E eu na cachola guardava,
Para contar neste espaço,
O que era alinhavada,
Na conversa sem embaraço.
OBSERVAÇÃO:
Os nomes aqui mencionados são fictícios.
17 comentários:
Um Poema/Relato comum aos usos e costumes da maioria das ruas e ruelas das nossas terras.
Muito bem conseguido.
Gostei.
Parabéns.
Abraços
SOL
A tradição bairrista num poema fantástico.
Adorei ler.
Abraço. D
http://acontarvindodoceu.blogspot.pt
Pelo caminho da rua,
Tunin, voltou
numa noite escura
para o céu olhou
não viu estrelas nem a lua
estava o céu nublado.
Estacionadas no passeio
motoretas e bicicletas
naquela rua é um asseio
assim o seja noutras ruelas.
Belo poema para a gente ler,
não se canse, outros escreva
não vale a pena muito correr
é muito bom viver aqui na terra!
Um abraço.
Rsssssssss...Adorei e tive que rir, pois ,assim que casamos moramos num edifício onde as coisas eram mais ou menos assim. Incrível. Linguarudas, fofoqueiras, passavam o dia a falar de quem ali entrasse ou na rua passasse! Muito legal,Tunin!
Essas falações existem mesmo! Adorei te ler ! abração, tuuuuuuuuuudo de bom,chica
Tunin
Assim como o poema é ficção, até poderia não ser, visto que velhas vielas, entre janelas, passava muita mexeriquice entre as donas de casa, à antiga.
Devo é dizer que achei o poema bem congeminado.
Abraços
Fofocar ao vivo e à cores é bem mais divertido do que o "WhatsApp, né?"
Escrevestes lindamente, Tunin
Um grande abraço para você de
Verena e Bichinhos
KKK...Bem a cara das fofoqueiras ficarem na janela conversando! Muito bonit,pitoresca e criativa poesia! bjs,
OiTunin,ainda encontramos pessoas que ficam nas janelas ou portas à falarem da vida alheia.rsrs
Linda poesia e bem diferente.
Obrigada pela visita e comentário.
Bjs
Carmen Lúcia.
Oi tunin, quase nunca sai de casa, mas quando saio não levo nem celular, eu bato-papo com todo mundo, pois embaixo da terra vou ficar muda para sempre.kkk
Adorei seu poesia
Beijos
Lua Singular
Tunin, que legal a poesia!Fofoca tem em todo lugar!
Um grande abraço, Pedrinho
Olá Tunin,
Um texto atual e bem verdadeiro...
Obrigada pela visita
Abçs
Retratou com maestria um costume das"comdres"sempre de lingua afiada a discorrerda vida alheia. Como disse um seu leitor, costume "bairrista". Mas aq no interior vemos muito desse habito tb. Abcs.
Estas ruas estreitas são bem típicas de lugarejos encantadores! Adoro tudo isto!!!
Beijão
OI TUNIN!
RELATO POÉTICO, DA CONVERSA LIVRE DE "COMADRES", COMO SE DIZ NO INTERIOR QUE FICAM A CUIDAR DA VIDA ALHEIA.
FICOU MUITO LEGAL TEU TEXTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Adoro esses bairros antigos. Mas essas vizinhas são modernas... Usando What's up... kkkk
Muito bom!
Olá, amigo Tunin
Gosto de ruelas pois nos dão uma sensação de proximidade maravilhosa!!
Sem sermos invasivos podemos ser bons vizinhos...
Bjs fraternais de paz e bem
kkkk...coisas da minha cidade!!! bjs
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