Tinha porco, tinha galinha,
O vermelho galo major,
Com sua crista aplumadinha,
Conquistava a carijó.
Logo cedo pela manhã,
Era uma festa sem igual.
A minha avó anciã,
Com seu milho habitual.
Lançava sobre os animais.
Aquele alimento matinal.
Todos comiam, como a rituais,
Numa concorrência geral.
Vovó ficava no meio,
A controlar a bicharada,
Parecia um pagodeio,
Em engraçada batucada.
Tangia um bicho para lá,
Para que outros pudessem comer,
Mas ele retornava pra cá,
E via vovó embravecer.
A galinha a outra bicava,
Invadindo a confusão.
Ela apenas desejava,
Garantir o seu quinhão.
A gente da janela assistia,
Aquela cena genial.
A vovó de saia rodopia,
Era um belo festival!
São lembranças de criança,
Que o tempo não apaga.
Como é bom a bela infância,
Com uma vovó que nos afaga.