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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

É PRA LÁ QUE VOU.





Minha terra é terra seca,
Assim quis a natureza.
Lá o canto Assum Preto,
Exprime sua beleza.

Beleza de vida dura,
Legada ao sertanejo.
Homem de índole pura,
Que desperta desejo.

Desejo de ser amado,
No torrão abandonado.
Em meio ao corredor central,
Da seca mata florestal.

Pedaço de chão sofredor,
Mas cheio de grande vigor.
Mesmo cantando a dor,
É pra lá que vou.

Tunin
Enviado por Tunin em 21/04/2009

Código do texto: T1551401, publicado no Recando da Letra

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

AMOR ADOLESCENTE



Sonho em ti amar,
um amor incondicional.
Em cada sorriso teu,
vejo o mundo girar.
No desejo ardente
de poder te beijar.
Pressentir, em teus lábios,
o sabor natural
desse beijo tão esperado
e não concretizado.
Preciso te avisar
desse apetite leal.
Olho nos teus olhos,
um olhar angelical.
Anuncia para mim,
um amor sem igual.
Provoca anseio
para ti abraçar.
Envolver-me, sem pensar,
em teus quentes abraços,
para sufocar-me,
até o dia raiar.
Num bambear de pernas,
sem medo de errar.
Nesse vaivém fugaz
do teu balanço audaz,
faz-me sussurrar de prazer
palavras do meu querer.
E como numa sessão de cinema,
poder participar de uma cena natural,
num domingo à tarde,
sem dar importância
pra quem ao lado está,
Para esse desejo latente
Por ti ignorado,
Mas, em mim, tão presente!
Tornar-se realidade!
Ah, que coisa louca!
Que coisa boa!
Esse amor adolescente,
Vivido e pensado
Só no pensamento.

Tunin

Enviado por Tunin em 04/05/2009

domingo, 26 de outubro de 2014

SANTA INÊS (Em homenagem ao aniversário da cidade)



Era a princesa do sudoeste,
Por ser próspera e bela.
Próxima da costa leste,
Sua paisagem atrela.

O Jiquiriçá é o seu vale.
Serras ornamentais a embelezam.
São como um elegante xale,
Que as mulheres prezam.

Sua gente, povo ordeiro,
Perseverante, varonil.
Tem sangue firme, pioneiro,
Sob um céu de azul anil.

Sua cultura agropastoril,
Já foi intensa e forte,
Mas a divisão hostil,
Promoveu o seu corte.

   
O cristal de rocha tem,
Guardado em seu seio.
É um valioso bem,
Pela exploração anseio.

 Noventa anos faz,
Neste vinte e seis glorioso,
Que outubro traz,
Com sentimento brioso.

Santineenses, avante!
Desta terra mãe, amada.
Gente alegre, cativante.
Será jamais derrotada!

Continua bela e altaneira,
Sem apelar pra simples clichês.
Fauna e flora companheiras,
É o nosso orgulho, Santa Inês!





quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A NOITE DESCE

  

                         A Turista Acidental » Grécia

 

Dia quente...
A noite desce cheia de encanto, prenunciando, em seu âmago, mistérios e prazeres de íntima convivência, capazes de inspirar nos mais experimentados boêmios, momentos relaxantes de prazeres.
Como menina graciosa, guarda em seu recôndito os deleites chamativos que avivam o desejo, interiorizado e tímido do rapazola que brada silencioso o iniciar de sua liberdade individual.
         E, ela, como asa incentivadora contumaz, encontra guarida no coração deslumbrado, para traduzir, na mente ofegante, a alegria do ser livre.



Tunin
Publicado no Recanto em janeiro/2009.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

SONHOS (inspirado em Dom Casmurro)




Da janela, olhei para a noite,

perguntei:

- Por que hão de ser frágeis, os sonhos?

- Desfizeram-se assim que acordei!

- À minha fala ela não correspondeu.

- Porém bela estava tão!

- Que insisti,

e respondeu:

- Eles são de minha jurisdição.


Tunin

sábado, 18 de outubro de 2014

A MULHER

Imagem  de papaya tree




A mulher pós-moderna,

Mudou o seu jeito de pensar.

Busca com garra eterna,

O direito de se realizar.

Casamento?! Fica pra depois...

Se der..., logo mais, pode até viver a dois,

Mas não quer se compromissar,

Deseja ser livre, poderosa,

e o seu voo levantar.


Tunin

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

EU TENHO MEDO.



Tenho medo dos meus adversários,
Falsos, imprevisíveis, perdulários.
Tenho medo da tristeza,
Invade o coração, consome o corpo e a alma.
Tenho medo da violência,
Praticada por ímpios,
Que a veste como se fosse adorno,
E não tem piedade.
Tenho medo do insensato,
Porque tudo que sai à frente, devora.
Tenho medo do insensível,
Porque não guarda, em seu coração, o temor a Deus.
Tenho medo da educação,
Porque já não forma o cidadão.
Tenho medo de perder a saúde,
Porque o sistema está fragilizado.
Tenho medo da falta de moradia,
Porque o país privilegia os abastados.
Tenho medo de leis oportunistas,
Porque o cidadão não fora consultado.
Tenho medo de perder você,
Porque estou apaixonado.
Tenho medo de não ter medo,
Porque não nos torna previdente.

Tunin

Tema sugerido por Maysa e publicado em sua Ciranda, lá no recanto das Letras, 12,10.2009.

domingo, 12 de outubro de 2014

COMO É BOM SER CRIANÇA!

Foto by Tunin




A criança não tem maldade,
Tudo para ela é natural.
Pensa e fala com honestidade,
Em seu mundinho tão real.

Diz coisas engraçadas,
Que fazem o adulto ri.
Gosta de ouvir as gargalhadas,
Que se estabelecem ali.

No coração não guarda rancor
Das suas relações infantis.
Perdoa fácil o ofensor,
Sem atitudes hostis.

Toda criança é singular,
E tem olhar afetuoso.
Sabe exprimir o amar,
Seu coração é grandioso.

Brincar é sua distração,
Onde usa a sua competência.
Preconceito não existe, não,
Preto ou branco sem divergência.


Ela é amor de verdade.
Em seus pais lança a sua confiança.
Neles está a sua identidade,
Como é bom ser criança!



TUNIN.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A CORUJINHA (NO PÁTIO DO COLÉGIO)


No pátio do colégio apareceu,
Uma corujinha igrejeira.
O grupo se enterneceu,
Pelo modo simples da faceira.

Seu olhar observador,
Parecia displicente.
Quando o povo curtidor,
Fazia-lhe festa, bem contente.

É o símbolo da sabedoria.
Disseram os gregos sobre a ave,
Boa inspiração os teve um dia,
A habitante do oco da árvore.

Representa o saber filosófico,
A teoria pura, a ciência abstrata.
O homem, às vezes, não é lógico,
Rasga a noite, e não nos maltrata.

Da noite, é a senhora,
Enxerga bem no escuro,
Onde o sujeito natural não explora,
O problema diário obscuro.

Uns a chamam de azarenta,
Por seu piar e esvoaçar.
Porém o azar não lhe aguenta,
É pura crendice popular.

O macho da fêmea se aproxima,
Nas garras, uma presa traz.
Se ela, com o presente, se anima,
O acasalamento satisfaz.

Um nome seria bom dar,
A essa criaturinha de estimação,
Que veio para conquistar,
O colégio, com sua afeição.

A garotada se entusiasmou,
Com o amor da corujinha.
Pra casa quase a levou,
Pra dela receber, o  olhar com carinho.


TUNIN.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A CACHORRINHA

By Tunin.



Conheço uma cachorrinha,
De pelo branco tal qual a lã.
Atende pelo nome de Belinha,
E quem a conhece fica fã.

Quando alguém sai, ela protesta.
Quer todos juntos ao seu redor.
Gosta de receber muita festa,
Senão emburra como só!

Abana o toco de rabo sem parar,
Buscando atenção exclusiva,
Sobe no colo para cheirar,
Numa atitude defensiva.

A cachorrinha é muito esperta,
Faz manha pra chamar atenção,
Se não a enxergam ela dá o alerta,
Numa discreta choramingação.

Tem um rosto safadinho,
Mostra o riso no olhar,
Para e fica quietinha,
Esperando alguém afagar.


É o chamego da casa,
Essa pequena dengosa,
Alegre é e sempre arrasa,
Nas peripécias gostosas.


TUNIN.

sábado, 4 de outubro de 2014

CONTAR ESTRELAS




Noite escura sem luar.
A criançada na calçada a brincar,
Olha para o céu a procurar,
Brilhantes estrelas para contar.

Uma, duas, três na imensidão.
Contava cada uma sem parar.
No espaço paira a escuridão,
No firmamento, estrela a brilhar.

Divertimento sem igual.
A garotada experimentava.
Explorar o espaço sideral,
Da brincadeira, conquistava.

Olha, as ditas três Marias,
Sempre juntas a viajar.
Exclamavam os atentos espias,
Na aula prática sem luar.

Veja o Cruzeiro do Sul!
Parece a cruz da esperança.
De braços abertos orienta e conduz
Navios, ao porto, com segurança.

A estrela Dalva maravilhosa.
Sua luz a irradiar,
Astro força grandiosa,
Brilhar, brilhar sem parar.

Um risco luminoso de repente.
Risca o céu em raio fulgente.
Divide a opinião da gente.
Será uma estrela cadente?

Em algum lugar ela caiu.
Tomara que não seja por aqui.
Desceu do céu e fugiu.
Deve estar perdida por aí.

Estes pensamentos passavam
Pelo imaginário infantil.
Todos se encabulavam
Com aquela queda sutil.

Voltar para casa,
e um sonho sonhar.
À fantasia criar asa,
Para poder continuar.



Tunin.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PASSAGEM ON-LINE (verídica)


O caipira foi à rodoviária,
Reservar passagem prá seu lugar.
Chegou ao guichê falou à moça:
Guarde uma pra “Potiragar”.

Ela toda fidalga,
Respondeu sem vacilar,
“Tio”, passagem agora é on-line,
Eu não posso reservar.
Alguém pode comprar,
Num guichê d’outro lugar,
E o “tio”, sem poltrona, pode ficar.

Ele sem nada entender,
Da tal da modernidade,
Retrucou sem contender,
Eu “num” quero ir pra olaine.
Veja a minha idade?!
Preciso viajar pra minha “Potiragar.”

Esse povo “muderno”,
“Num” sabe atender “veio.”
Pensa que “veio” é bobo,
E pode fazê dele peteca,
Mas ela não me faz de tolo.
Porque tola ela é,
Mesmo sendo uma menina,
Com linda cara de “buneca.”.

Vou me “arretirar.”
Em outra empresa vou passar,
Pra minha passagem guardar,
Porém para essa tal de olaine,
É que não vou embarcar.
Tenho de ver minha “veia,”
Que está a me esperar,
Sentada no banco da praça,
Da minha simples “Potiragar.”


Tunin