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terça-feira, 20 de novembro de 2012

CONSCIÊNCIA NEGRA




Foi no Quilombo dos Palmares
Contra a escravidão negra no Brasil,
Zumbi encabeça lutas populares,
Para inibir aquele feito hostil.

O choro da luta de Zumbi
Sobre o olhar preconceituoso,
Perseverou e não morreu ali,
Para ser hoje, o preto, vitorioso.

O negro tal qual o branco,
É valente, dinâmico e trabalhador,
Mesmo que seja manco,
É capaz, inteligente e lutador.

Essa tal discriminação,
Por causa da pele desigual.
Já não cabe na imaginação,
Tal obsessão descomunal.

Cabe a cada indivíduo.
Ter a sua própria conscientização.
Não viver de resíduo,
Mas buscar sua afirmação.

Esta consciência está
No olhar de cada um,
Saber e fazer-se respeitar,
Deixando pra lá o zumzum.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ROLINHA FOGO PAGOU




Lá no alto da palmeira,
Um cantar dolente soava,
Era a voz da rolinha solteira,
Que compassadamente soltava.

Timbre grave meio triste.
Que nos leva à melancolia.
Até a lágrima não resiste,
Desce ao rosto e anuvia.

São momentos de leve tristeza,
O ouvir o seu cantar,
Mas embutida está a beleza,
Em seu modo de expressar.

Lembro-me da infância,
Lá na roça de feijão.
Ela aparecia com constância,
Para emitir o som chorão.

Por trás do arbusto eu meditava,
O seu cantar melancólico assim.
Até repetia o artista que recitava:
“Fogo Pagou, tem dó de mim”.

domingo, 11 de novembro de 2012

ESPELHO

imagem do Google



Olha a imagem que o espelho,
Não disfarça a idade.
Como um momento de pesadelo,
Que fala da brevidade.

Aquele rosto vermelho,
Já não tem a bela cor.
E esse malvado espelho,
Insensível mostrador.

Rugas vêm nascendo,
Despontando sem piedade.
Traiçoeiras vão crescendo,
Sem importar à vaidade.


Olhos denotam cansaço,
Sem o brilho de outrora.
Que no antigo corpaço,
O peso do tempo assenhora.

Mesmo que haja os atalhos
Para amenizar do tempo, a ação.
Mas sempre ficam frangalhos,
Nesse caminho de tensão.

O espelho vê o exterior,
Não enxerga a graça da beleza,
Que dança no interior,
Fazendo do amor, a grandeza.



terça-feira, 6 de novembro de 2012

O CATA-VENTO




 Fabriquei um cata-vento,
E fui à janela testar.
Não apareceu nenhum vento,
Para fazê-lo rodopiar.

Cada haste de uma cor,
Verde, amarelo, o azul.
Com o vermelho a hélice completou,
Faltou, porém, o sopro do vento sul.

Estiquei mais a minha mão,
Com o brinquedo a segurar,
Esperando a vibração,
Na hora de o vento soprar.

Implorei ao vento norte:
Vem cá; passa por aqui!
Sopre com seu ar forte,
Ou então, sopre mesmo daí!

Estou a te esperar,
Nesta brincadeira genial.
Não demores; vem logo girar,
Meu cata-vento sem igual.

Mas o vento não me atendeu.
Não teve pressa pra chegar.
Triste minha mão recolheu,
O cata-vento fui guardar.

E assim despediu-se a tarde,
E o meu cata-vento não rodou,
Pensativo eu, e sem alarde:
Por que o vento não passou?!



domingo, 4 de novembro de 2012

A NOITE SE APROXIMA



A noite se aproxima,
A tarde procura repouso.
O silêncio a rua domina,
O pássaro acha seu pouso.

Da janela de casa,
Ao céu, ergo os olhos.
A imensidão extravasa,
Em minha visão de antolhos.

O céu fica escuro,
Mas estrelas brilham por lá.
As três Marias procuro,
Num tenro olhar de cá.

 O Cruzeiro do sul vejo,
Orientando o lugar.
Admiro e o cortejo,
Pelo seu direcionar.

São fantasias de infância,
Que acalentam o sonhar.
Contar estrelas à distância,
Faz a alegria do brincar.

Assim era a noite na cidade;
Hoje veio o toque na lembrança.
Onde o sonho era verdade;
Num coração de criança.


Texto poético publicado no blog Vendedor de ilusão do querido J.R.Viviani.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Saudades



Ah! Quantas saudades!
De meu pai, minha mãe, sinto!
Seres feitos bondades,
Cujo laço fora extinto.

Eram meus ídolos, meus amores.
Aqueciam meu coração.
A saudade hoje traça dores,
Mas não causa aflição.

Tenho saudade de cada gesto.
Do olhar penetrante dele.
Ela, de jeito modesto,
Fazia afago nele.

Nunca, nunca os esquecerei.
Tenho sangue vertendo forte.
Neles sempre me espelharei,
Até que a mim, venha a morte!